segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Só conheci uma parte... odiei o todo...

Quando não gostamos de uma disciplina, normalmente a enxergamos como se fosse "uma coisa só" e isso nos coloca em estado de alerta para qualquer parte de conteúdo.
Um cuidado a ser tomado é estarmos cientes de que 'Física' é um território muito amplo no qual, com absoluta certeza, há partes que para você se mostrarão mais ou menos repugnantes (ou, para sermos positivos, mais ou menos atraentes).

Digo isso porque como professor de Raciocínio Lógico, por várias vezes ouvi pessoas afirmando que "odeiam Raciocínio Lógico" e, ao serem perguntadas sobre o motivo para tamanho rancor, continuavam dizendo que era porque "odeiam Matemática". Essa percepção foi responsável por fazer milhares, talvez dezenas de milhares, de pessoas desistirem até de se inscreverem em concursos que para elas seriam maravilhosos (em caso de aprovação).

Quero dizer, garantindo, que "uma coisa é Raciocínio Lógico e outra coisa é Matemática". Duas coisas acontecem para que sejam vistas como se uma só fossem:
  1. Os professores que ensinam Raciocínio Lógico são normalmente professores de Matemática e por isso acabam "matematizando" o Raciocínio Lógico - eu também sou formado em Matemática, mas costumo dizer que isso foi apenas um "acidente de percurso", justamente porque nada, absolutamente nada, do que aprendi e ensino me foi passado em meu curso de graduação.
  2. As bancas examinadoras de concursos, de testes de classificação para mestrados e doutorados, ou ainda para programas de Trainee, colocam "tudo em um único saco", cobrando, junto com conteúdos relacionados à Álgebra das Proposições (questões que envolvem "V" ou "F"), partes da Matemática básica como razão, proporção, regras de três, divisão proporcional, Trigonometria e Geometria, e assim por diante.
No final das contas, o exemplo - que foi longo - serve apenas para que você pense sobre o seguinte:
  • Será que eu odeio mesmo "Física", ou esta sensação foi gerada por ter me deparado com alguma parte que realmente odiei (provavelmente porque não consegui entender) e generalizei?
  • Será que não há alguma parte muito legal ali que eu simplesmente não enxerguei dessa forma porque estava influenciado pela "impressão inicial e genaralisada" que ficou impregnada em minha mente?
Para finalizar com um exemplo pessoal, vou dizer-lhe que mesmo tendo sido professor de Física em preparatórios para vestibulares, há partes pelas quais me apaixonei (Cinemática, Dinâmica, Óptica e Eletrodinâmica) e há partes com as quais pouca afinidade desenvolvi (Eletromagnetismo, Eletrostática, Ondulatória - para citar alguns).

Ora, se um professor comum e anônimo como eu passa por isso, é natural pensar que você também passaria, certo?

Então, caro amigo de sofrimento, comece aos pouquinhos a se abrir pelo menos para avaliar se seu ódio por Matemática, Física, Cálculo, Exatas em geral, é mesmo "amplo e irrestrito", ou se seria possível encontrar um pedaço "não podre neste abacaxi". É provável que se encontrar uma única pontinha "com gosto bom", você vá se tornando capaz de melhorar sua autoestima e com isso se dispor a alçar voos maiores - mas isso é assunto para outros papos.

Não se esqueça de me dizer o que está achando das conversas e de sugerir temas, dúvidas, e assim por diante.

Super-abraço.
Enrique Rocha (enrique@ibead.com.br)

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