terça-feira, 14 de setembro de 2010

A pressão das provas é um grande inimigo

Quando se está com muita vontade de fazer alguma coisa, a hora não chega.
Quando não se quer de forma alguma fazer alguma coisa, adia-se para amanhã... e o amanhã sempre chega.

O mesmo acontece quando temos que estudar e aprender alguma matéria de que não gostamos. Ficamos postergando, criando desculpas, deixando para depois. O resultado inevitável é: chegamos às vésperas da "tal" prova sem termos feito nada a respeito!

Com isso, o caso mais comum é nos vermos diante da necessidade de aprender algo "ruim" sem o tempo necessário para fazê-lo. Em Cálculo, Matemática e Física - para citar alguns exemplos - , nosso último recurso é decorar fórmulas para tentar com elas resolver alguma questão. Funciona? Claro que não!

Para solucionar um problema de Física, não basta saber a fórmula a ser aplicada, mas é necessário entender o enunciado e o contexto apresentados, saber extrair dali os dados relevantes e realizar os passos intermediários (conversões de unidades é um bom caso) antes de "colocar tudo na fórmula para se chegar ao resultado".

Quando eu estudei para o vestibular (nos idos de 1984),tive que me esforçar muito para aprender Física e Matemática. Elaborei um plano e fui em direção a ele. Criei uma "metodologia", ou seja, um conjunto de passos encadeados e comecei a executar o plano.

Talvez seja óbvio para alguns, mas vou dizer quais são os elementos fundamentais para se estudar e aprender essas duas matérias (pelo menos para elas, serve):
  1. Estabelecer o escopo, ou seja, a parte que será estudada;
  2. Selecionar um bom livro texto - nem sempre o indicado pelo professor ou pela escola é o melhor (se puder, me lembre de escrever sobre isso em outra postagem...);
  3. Separar um espaço de tempo único de duas a três horas para a primeira passada na teoria (veja que é bom dividir o todo em partes para fazer vários ciclos teoria-exercícios-teoria-exercícios);
    Nesta leitura, nada de tentar decorar qualquer fórmula ou conceito... é uma leitura!
  4. Acompanhar as questões resolvidas (se o material escolhido for bom, com absoluta certeza contará com um bom número de exercícios detalhadamente resolvidos pelo autor);
  5. Partir para as questões propostas...
    Aqui há uma coisa legal: cada questão que para você parecer mais difícil ou complexa deve ser assinalada (tendo ou não dado conta de resolvê-la). Isso serve para, no futuro, ou na hora da "revisão", você ir direto aos pontos que exigiram maior habilidade.
    Se não tiver dado conta, marque com "???"; se a tiver resolvido, marque com "!!!" (use tantas interrogações e exclamações quantas forem necessárias para indicar a dificuldade ou o tamanho da dúvida).
  6. Defina um "tempo de tentativa"... não caia no atoleiro de ficar uma tarde inteira travado em uma única questão... passe para a próxima (deixando a "problemática" devidamente marcada);
  7. Depois de passar por todas, tente voltar nas exclamações e interrogações. 
  8. Você vai se surpreender com o resultado. Vou explicar: na medida em que você foi resolvendo outras questões, seu raciocínio foi sendo enriquecido com cada passo que teve que ser dado... com isso, é muito possível que quando voltar às questões duvidosas, você esteja "municiado" com linhas de pensamento e percepções novas, que não existiam no primeiro momento.
  9. Ao conseguir resolver uma questão "complicada", não se esqueça de anotar os passos em algum lugar que possa ser consultado depois... 
Você vai ficar impressionado com o que isso vai fazer com sua autoconfiança, com sua autoestima.

Se não conseguir resolver uma questão...

Considere a hipótese de recorrer ao IBEAD - Instituto Brasileiro de Educação a Distância. Uma das propostas
desse instituto é receber dúvidas pontuais (aquelas que atrapalham a vida de quem está estudando) e, por R$10,00, gravar um vídeo explicativo, disponibilizando-o na Internet.
É claro que isso é muito mais eficiente do que procurar um professor particular, marcar uma hora, esperar ele dar uma série de rodeios (porque precisa garantir que terá conteúdo para muitas horas de aula...) e pagar, em média, R$30,00 por cada uma dessas horas!!!

O endereço do site é: www.ibead.com.br

Vá em "aulas rápidas" (menu superior) e veja o que já temos por lá.

Super-abraço e até a próxima.

Aguardo sua sugestão para comentários aqui.


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Meu professor é um gênio... mas eu não entendo nada!

Quantas pessoas não "assumem para si a incompetência de algum professor"?
Quero dizer com isso que já encontrei muitos alunos dizendo que estavam tendo aula com alguém que "era um gênio", mas que mesmo tendo um professor "maravilhoso assim", não conseguiam aprender ou entender nada.

Costumo dizer que a primeira obrigação de alguém que ousa ser chamado de professor é se fazer entender. Completo afirmando que esse "tal", que é gênio mas não sabe ensinar, deveria estar trabalhando como cientista em uma sala escura da NASA, com um computador e um abajur, postulando teorias mirabolantes... mas nunca em sala de aula!!!

O motivo é exatamente o efeito colateral que isso causa nos alunos: a sensação de absoluta incapacidade.

Quando fazia engenharia na UnB, fiz Cálculo II em um dos anfiteatros, ou seja, aquelas salas enormes em que o professor fica "lááááá em baixo", longe de todo mundo. O meu professor, que mesmo tendo um quadro de cerca de quatro metros de largura à sua inteira disposição, fazia questão de usar apenas um quadrado de dois por dois... palmos... 

Ele escrevia, falava, apagava, escrevia por cima, falava, apagava, e assim por diante, por mais de 90 minutos.
Resultado, euzinho aqui, considerado um "cara com facilidade nas exatas", só consegui passar nessa disciplina em minha 3a tentativa (!!!)

Com isso, amigo, quero dizer-lhe que há uma enorme chance de que o culpado por você não ter afinidade (na melhor das hipóteses) com as exatas não seja você, não seja um problema de "inteligência".

Portanto, se você tiver um pouco de paciência para estar aqui comigo nas próximas postagens, vou tentar trazer à tona elementos que talvez lhe ajudem a recuperar esse "pedaço de você perdido pelo caminho", ou seja, sua confiança de que tem um cérebro igual ao de todo mundo, pronto para aprender qualquer coisa desde que... lhe ensinem direito!!!

Super-abraço e até a próxima.
Se quiser sugerir algum tema, será um prazer "queimar alguma mufa" para pensar no que falar:

Só conheci uma parte... odiei o todo...

Quando não gostamos de uma disciplina, normalmente a enxergamos como se fosse "uma coisa só" e isso nos coloca em estado de alerta para qualquer parte de conteúdo.
Um cuidado a ser tomado é estarmos cientes de que 'Física' é um território muito amplo no qual, com absoluta certeza, há partes que para você se mostrarão mais ou menos repugnantes (ou, para sermos positivos, mais ou menos atraentes).

Digo isso porque como professor de Raciocínio Lógico, por várias vezes ouvi pessoas afirmando que "odeiam Raciocínio Lógico" e, ao serem perguntadas sobre o motivo para tamanho rancor, continuavam dizendo que era porque "odeiam Matemática". Essa percepção foi responsável por fazer milhares, talvez dezenas de milhares, de pessoas desistirem até de se inscreverem em concursos que para elas seriam maravilhosos (em caso de aprovação).

Quero dizer, garantindo, que "uma coisa é Raciocínio Lógico e outra coisa é Matemática". Duas coisas acontecem para que sejam vistas como se uma só fossem:
  1. Os professores que ensinam Raciocínio Lógico são normalmente professores de Matemática e por isso acabam "matematizando" o Raciocínio Lógico - eu também sou formado em Matemática, mas costumo dizer que isso foi apenas um "acidente de percurso", justamente porque nada, absolutamente nada, do que aprendi e ensino me foi passado em meu curso de graduação.
  2. As bancas examinadoras de concursos, de testes de classificação para mestrados e doutorados, ou ainda para programas de Trainee, colocam "tudo em um único saco", cobrando, junto com conteúdos relacionados à Álgebra das Proposições (questões que envolvem "V" ou "F"), partes da Matemática básica como razão, proporção, regras de três, divisão proporcional, Trigonometria e Geometria, e assim por diante.
No final das contas, o exemplo - que foi longo - serve apenas para que você pense sobre o seguinte:
  • Será que eu odeio mesmo "Física", ou esta sensação foi gerada por ter me deparado com alguma parte que realmente odiei (provavelmente porque não consegui entender) e generalizei?
  • Será que não há alguma parte muito legal ali que eu simplesmente não enxerguei dessa forma porque estava influenciado pela "impressão inicial e genaralisada" que ficou impregnada em minha mente?
Para finalizar com um exemplo pessoal, vou dizer-lhe que mesmo tendo sido professor de Física em preparatórios para vestibulares, há partes pelas quais me apaixonei (Cinemática, Dinâmica, Óptica e Eletrodinâmica) e há partes com as quais pouca afinidade desenvolvi (Eletromagnetismo, Eletrostática, Ondulatória - para citar alguns).

Ora, se um professor comum e anônimo como eu passa por isso, é natural pensar que você também passaria, certo?

Então, caro amigo de sofrimento, comece aos pouquinhos a se abrir pelo menos para avaliar se seu ódio por Matemática, Física, Cálculo, Exatas em geral, é mesmo "amplo e irrestrito", ou se seria possível encontrar um pedaço "não podre neste abacaxi". É provável que se encontrar uma única pontinha "com gosto bom", você vá se tornando capaz de melhorar sua autoestima e com isso se dispor a alçar voos maiores - mas isso é assunto para outros papos.

Não se esqueça de me dizer o que está achando das conversas e de sugerir temas, dúvidas, e assim por diante.

Super-abraço.
Enrique Rocha (enrique@ibead.com.br)

Palavras iniciais

Olá amigo,
Sou professor há muitos anos, mas há muito mais tempo sou aluno. Sei o que sentimos quando temos que aprender alguma coisa de que não gostamos, mas precisamos daquilo para alcançar algum objetivo.

Este espaço foi criado para compartilhar com vocês algumas idéias, passar algumas dicas e, principalmente, comentar as coisas que me forem encaminhadas como sugestão.


Fale comigo: enrique@ibead.com.br

Visite o site www.ibead.com.br. Lá tem um montão de coisas legais (e vou colocar cada vez mais, na medida em que você mandar suas sugestões).

Super-abraço e conte sempre comigo!